domingo, 31 de outubro de 2010
Grupo de mulheres, as doulas, resgata sensualidade na hora do parto
Márcia Maria Cruz - Estado de Minas
Publicação: 17/10/2010
As doulas e as pacientes lutam contra a tendência de cesarianas eletivas e defendem o prolongamento de momentos protagonizados pelas mães.
Poucas pessoas sequer imaginam que dar à luz pode ser um momento dos mais sensuais. Sensualidade?
Um grupo de mulheres tem resgatado a hora do parto como sublime e, de certa forma, como o ápice da sexualidade entre o casal. Reconhecer esta dimensão é uma maneira de humanizar o momento, que, com o crescimento no número de cesarianas eletivas, tem se tornado cada vez mais impessoal. “O nascimento é o fim de uma relação sexual”, afirma a auxiliar de biblioteca Renata Pereira da Rocha Araujo, de 38 anos, que teve a pequena Beatriz, de 2 meses, de parto natural.
Mulheres como Renata contam, nesse momento, com o apoio das doulas, outras mulheres que são treinadas para oferecer suporte físico e emocional durante a gestação parto e o resguardo. O movimento é uma reação de muitos casais à tendência de cesarianas eletivas, ou seja, quando a cirurgia passa a ser regra, devido à praticidade de se marcar uma hora e à rapidez do procedimento, e não exceção a ser adotada apenas em casos comprovados de risco para a mãe e para o bebê.
Saiba mais...
Com o apoio das doulas, futuras mães fazem o plano de parto
Um grupo delas quer desfazer os mitos em torno do parto e fazer com que cada momento possa ser protagonizado pelas mães. A queixa de muitas delas é que o aparato do ambiente hospitalar impede, por exemplo, a presença de um acompanhante durante o nascimento, embora seja uma determinação legal. Mesmo sendo um momento de intimidade entre o casal, o parto natural, diferentemente da cesariana, pode ser acompanhado por familiares e pelas doulas.
As doulas estão lá para aplicar massagens para ajudar no controle das contrações, para acalmar os pais que ficam desesperados ou simplesmente para dar a mão à mãe que precisa de um amparo. Não há um momento exato durante o período da gestação para ter início o acompanhamento feito pelas doulas. Pode começar nas primeiras semanas como pode ser também iniciado dias antes do parto. “A escolha tem a ver com a empatia”, afirma a doula e psicóloga Daphne Paiva Bergo, de 35.
Daphne e Renata se encontraram às vésperas do nascimento de Beatriz. “Minha mão foi ela quem apertou. Ficou quatro horas e meia junto comigo”, lembra Renata, que, há um bom tempo, conhecia o trabalho das doulas, mas decidiu-se pelo acompanhamento de uma delas quase no último momento. As duas ficaram se conhecendo na casa de Renata, durante o Chá de Bênção, momento festivo em que as mulheres fazem escalda-pés, massagens, preparam o quarto do bebê da gestante que irá dar à luz. “O chá foi na segunda-feira de carnaval. Na quarta-feira de cinzas, comecei a sentir as contrações às 2h. Então decidi que seria a Daphne, uma coisa de instinto e empatia.” O Bem Viver conversou com doulas e doulandas, que contaram como é a experiência de acompanhamento.
ORIGINAL EM: http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2010/10/17/interna_nacional,186218/grupo-de-mulheres-as-doulas-resgata-sensualidade-na-hora-do-parto.shtml
Com o apoio das doulas, futuras mães fazem o plano de parto
Márcia Maria Cruz - Estado de Minas
Publicação: 17/10/2010
Uso de anestesia, quantidade do medicamento a ser administrada, parto sem cortes, contato imediato com a criança. As gestantes podem fazer uma série de escolhas em relação à forma como pretendem ter o filho, mas nem sempre elas são respeitadas. Pelo menos é do que se queixam muitas delas. Uma das decisões que atormentam uma gestante é se o parto será normal ou cesariana. Não é para menos. As futuras mães não querem colocar em risco a saúde do filho nem o próprio bem-estar. Mas, principalmente, quando se é mãe de primeira viagem, o parto é um universo a ser desvendado e, diante do incerto, os temores aumentam.
Para que as escolhas da mulher sejam garantidas, muitas delas fazem o plano de parto. Colocam por escrito a que querem e a que não querem ser submetidas. Cópias das intenções da futura mãe são distribuídas para o obstetra ou enfermeira-obstetra, que vai conduzir o parto, para o parceiro e para a doula. Isso porque, no momento que se intensificam as contrações, a mulher vai para um outro plano, “a partolândia”, nas palavras de muitas delas. “A sensação é que você está ali e, ao mesmo tempo, não está”, afirma a auxiliar de biblioteca Renata Pereira da Rocha Araujo.
Saiba mais...
Grupo de mulheres, as doulas, resgata sensualidade na hora do parto
Durante a gestação, as doulas conversam sobre todo o procedimento do parto, informando a gestante, por exemplo, sobre as vantagens e desvantagens do uso de anestesia. “A analgesia tira a dor, mas vai retardar o trabalho de parto. O processo de adaptação do bebê também será mais difícil”, informa a doula Mariana Mesquita. Os procedimentos adotados pelos médicos durante o parto do primeiro filho, Gabriela, de 11 anos, traumatizaram Renata.
As lembranças fizeram com que ela adiasse a segunda gravidez. “Foi uma cesariana totalmente desnecessária, mas que era conveniente com a data e o horário da médica”, afirmou. Conforme lembra, o processo foi tão impessoal que o marido não pôde entrar na sala de parto e a única pessoa que conversou com ela foi o anestesista. “Quando cheguei, um pessoal de verde me pegou e me levou para o banheiro. Lá, me depilaram e depois fui largada na sala de anestesia. Sentia como se estivesse a deus-dará. “Meu marido queria assistir ao parto, mas havia uma série de restrições que o impossibilitaram. Deixaram claro para ele que se ele passasse mal o problema era dele. Ele só poderia ficar de longe, filmando, e não poderia nem pegar na minha mão”, recorda.
Depois da cesariana, ela teve que pedir à enfermeira para ver a filha, que, conforme ela narra, foi colocada em um elevador, semelhante àqueles usados em restaurante para descer as refeições da cozinha para o salão. “Colocam o bebê em um elevador de metal, parecido com os de self service, e ele sobe sozinho sabe-se lá para onde.” Em função da cirurgia, ficou 24 horas sem conseguir se sentar nem mesmo para amamentar a filha. Quando resolveu superar esses traumas e engravidar novamente, Renata buscou informações na organização não governamental Bem Nascer, onde começou a participar de rodas de discussão com outras mulheres.
RISCOS A escolha entre parto normal e cesariana é muito difícil para as mulheres. Foi o que ocorreu com a engenheira Ana Paula Venturini, de 38, que chegou a se consultar paralelamente com dois obstetras. Um deles defendia o parto normal e o outro a cesariana, embora dissesse que não era a favor. Ana, porém, estava decidida a fazer o parto normal, a não ser que houvesse riscos reais para ela e para o bebê.
Diante disso, a solução era se informar, o máximo possível, sobre gestação e parto. O caminho foi procurar as doulas, que atuam também como conselheiras. “Queria parto normal, mas nenhuma das minhas amigas mais próximas tinha tido parto normal. O médico chegou a dizer que isso era coisa de índio”, lembra. A partir do aconselhamento da doula Mariana de Mesquita, de 31, ela obteve mais informações para conversar com o médico sobre os procedimentos que iria adotar.
No dia do parto, como a dilatação ou a abertura da passagem para o bebê, ocorreu de uma forma muito rápida, Ana Paula recebeu anestesia, mas uma quantidade que permitisse que ela sentisse cada momento, como, por exemplo, a saída do bebê. “Queria ter parto normal, mas tinha medo por não saber o que é. Todo mundo fala só coisas ruins, mas é a melhor coisa que tem”, avalia. O aconselhamento da doula foi essencial para que ela passasse pela gestação e pelo parto com mais segurança.
Em geral, a dilatação tem que chegar a 10 centímetros para que o bebê tenha passagem. O movimento de contração é um sintoma de adaptação do corpo da mulher. O colo do útero, que fica grosso durante a gravidez, conforme vai se abrindo afina.
ORIGINAL EM: http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2010/10/17/interna_nacional,186220/com-o-apoio-das-doulas-futuras-maes-fazem-o-plano-de-parto.shtml
Publicação: 17/10/2010
Uso de anestesia, quantidade do medicamento a ser administrada, parto sem cortes, contato imediato com a criança. As gestantes podem fazer uma série de escolhas em relação à forma como pretendem ter o filho, mas nem sempre elas são respeitadas. Pelo menos é do que se queixam muitas delas. Uma das decisões que atormentam uma gestante é se o parto será normal ou cesariana. Não é para menos. As futuras mães não querem colocar em risco a saúde do filho nem o próprio bem-estar. Mas, principalmente, quando se é mãe de primeira viagem, o parto é um universo a ser desvendado e, diante do incerto, os temores aumentam.
Para que as escolhas da mulher sejam garantidas, muitas delas fazem o plano de parto. Colocam por escrito a que querem e a que não querem ser submetidas. Cópias das intenções da futura mãe são distribuídas para o obstetra ou enfermeira-obstetra, que vai conduzir o parto, para o parceiro e para a doula. Isso porque, no momento que se intensificam as contrações, a mulher vai para um outro plano, “a partolândia”, nas palavras de muitas delas. “A sensação é que você está ali e, ao mesmo tempo, não está”, afirma a auxiliar de biblioteca Renata Pereira da Rocha Araujo.
Saiba mais...
Grupo de mulheres, as doulas, resgata sensualidade na hora do parto
Durante a gestação, as doulas conversam sobre todo o procedimento do parto, informando a gestante, por exemplo, sobre as vantagens e desvantagens do uso de anestesia. “A analgesia tira a dor, mas vai retardar o trabalho de parto. O processo de adaptação do bebê também será mais difícil”, informa a doula Mariana Mesquita. Os procedimentos adotados pelos médicos durante o parto do primeiro filho, Gabriela, de 11 anos, traumatizaram Renata.
As lembranças fizeram com que ela adiasse a segunda gravidez. “Foi uma cesariana totalmente desnecessária, mas que era conveniente com a data e o horário da médica”, afirmou. Conforme lembra, o processo foi tão impessoal que o marido não pôde entrar na sala de parto e a única pessoa que conversou com ela foi o anestesista. “Quando cheguei, um pessoal de verde me pegou e me levou para o banheiro. Lá, me depilaram e depois fui largada na sala de anestesia. Sentia como se estivesse a deus-dará. “Meu marido queria assistir ao parto, mas havia uma série de restrições que o impossibilitaram. Deixaram claro para ele que se ele passasse mal o problema era dele. Ele só poderia ficar de longe, filmando, e não poderia nem pegar na minha mão”, recorda.
Depois da cesariana, ela teve que pedir à enfermeira para ver a filha, que, conforme ela narra, foi colocada em um elevador, semelhante àqueles usados em restaurante para descer as refeições da cozinha para o salão. “Colocam o bebê em um elevador de metal, parecido com os de self service, e ele sobe sozinho sabe-se lá para onde.” Em função da cirurgia, ficou 24 horas sem conseguir se sentar nem mesmo para amamentar a filha. Quando resolveu superar esses traumas e engravidar novamente, Renata buscou informações na organização não governamental Bem Nascer, onde começou a participar de rodas de discussão com outras mulheres.
RISCOS A escolha entre parto normal e cesariana é muito difícil para as mulheres. Foi o que ocorreu com a engenheira Ana Paula Venturini, de 38, que chegou a se consultar paralelamente com dois obstetras. Um deles defendia o parto normal e o outro a cesariana, embora dissesse que não era a favor. Ana, porém, estava decidida a fazer o parto normal, a não ser que houvesse riscos reais para ela e para o bebê.
Diante disso, a solução era se informar, o máximo possível, sobre gestação e parto. O caminho foi procurar as doulas, que atuam também como conselheiras. “Queria parto normal, mas nenhuma das minhas amigas mais próximas tinha tido parto normal. O médico chegou a dizer que isso era coisa de índio”, lembra. A partir do aconselhamento da doula Mariana de Mesquita, de 31, ela obteve mais informações para conversar com o médico sobre os procedimentos que iria adotar.
No dia do parto, como a dilatação ou a abertura da passagem para o bebê, ocorreu de uma forma muito rápida, Ana Paula recebeu anestesia, mas uma quantidade que permitisse que ela sentisse cada momento, como, por exemplo, a saída do bebê. “Queria ter parto normal, mas tinha medo por não saber o que é. Todo mundo fala só coisas ruins, mas é a melhor coisa que tem”, avalia. O aconselhamento da doula foi essencial para que ela passasse pela gestação e pelo parto com mais segurança.
Em geral, a dilatação tem que chegar a 10 centímetros para que o bebê tenha passagem. O movimento de contração é um sintoma de adaptação do corpo da mulher. O colo do útero, que fica grosso durante a gravidez, conforme vai se abrindo afina.
ORIGINAL EM: http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2010/10/17/interna_nacional,186220/com-o-apoio-das-doulas-futuras-maes-fazem-o-plano-de-parto.shtml
Selinhos
Claudia Halley me enviou dois selinhos fofos, então lá vai...
As regras são:
- Linkar quem indicou;
- Dizer nove coisas sobre mim:
1. Sou apaixonada com arte, já fiz teatro mas acabei me distanciando.
2. Outra grande paixão minha, são as gestantes e os bebês. E é por esse grupo que estou terminando a faculdade de enfermagem e sou doula.
3. Apesar das pessoas me acharem espontânea, eu sou super tímida.
4. Sou muito boa de cama, durmo que é uma beleza, e por mais que isso aconteça, sempre continuo com sono.
5. O meu grande amor é minha irmã Clarissa.
6. Meus amigos são meu refúgio, minha força.
7. Sou cheia dos pecados, mas a gula me domina!
8. Tem dois anos que não leio um livro que não seja da faculdade ou de obstetrícia.
9. Sou viciada em internet.
Mágico é tudo aquilo que nos faz acreditar em um bem maior, saber que existe um Deus/energia vital/deusas... e sem dúvida o que me faz acreditar em tudo isso é ver um sorriso nos lábios de uma mãe ao pegar seu filho pela primeira vez nos braços; é escutar o choro forte de uma criança que acaba de vir ao mundo; é ver uma flor se abrir ou simplesmente parar e ver o mundo acontecer. Isso pra mim é mágico!!!
As regras são:
- Linkar quem indicou;
- Dizer nove coisas sobre mim:
1. Sou apaixonada com arte, já fiz teatro mas acabei me distanciando.
2. Outra grande paixão minha, são as gestantes e os bebês. E é por esse grupo que estou terminando a faculdade de enfermagem e sou doula.
3. Apesar das pessoas me acharem espontânea, eu sou super tímida.
4. Sou muito boa de cama, durmo que é uma beleza, e por mais que isso aconteça, sempre continuo com sono.
5. O meu grande amor é minha irmã Clarissa.
6. Meus amigos são meu refúgio, minha força.
7. Sou cheia dos pecados, mas a gula me domina!
8. Tem dois anos que não leio um livro que não seja da faculdade ou de obstetrícia.
9. Sou viciada em internet.
Mágico é tudo aquilo que nos faz acreditar em um bem maior, saber que existe um Deus/energia vital/deusas... e sem dúvida o que me faz acreditar em tudo isso é ver um sorriso nos lábios de uma mãe ao pegar seu filho pela primeira vez nos braços; é escutar o choro forte de uma criança que acaba de vir ao mundo; é ver uma flor se abrir ou simplesmente parar e ver o mundo acontecer. Isso pra mim é mágico!!!
sábado, 30 de outubro de 2010
O nascimento de Sofia
Ah... Sofia!!! Menina linda, enorme, e muito esperada!
Lucélia, mãe de Sofia, me permitiu acompanhar sua gestação logo do princípio.
A gravidez decorreu tranquila, sem grandes problemas. Lucélia sempre muito tranquila demonstrava sua alegria em guardar e aguardar a pequenina.
Nas três últimas semanas de gestação me mantive mais próxima delas, já que o papai estava trabalhando em outra cidade e não pôde acompanhar fisicamente toda a gestação.
Visitei Lucélia em 11 de outubro, fui tão bem recebida! Conheci o quartinho e todos os mimos que esperavam por Sofia. Tivemos um fim de tarde e parte da noite muito agradáveis, Lucélia e eu conversamos sobre suas expectativas em relação à chegada da princesinha e suas preferências em relação ao parto e cuidados primários na Casa de Parto. Ela me contou que queria um parto tranquilo, que sua filha nascesse da maneira mais amena possível, não tinha expectativas em relação à posição para parir, só queria se sentir livre para deixar a natureza agir.
Fiquei tão feliz em visitá-la, minhas energias sempre se renovam na presença de mulheres que gestam, e se tratando da Lucélia, havia algo maior que nos unia, uma espécie de cumplicidade, já que a conheço há dois anos e acompanhei parte de suas expectativas em relação à maternidade.
Durante a semana que se seguiu, me comuniquei com a Lucélia por telefone, acalmando-a, esclarecendo suas dúvidas e claro "babando" naquele barrigão. Sentia que a cada dia que se passava, Lucélia ficava mais ansiosa para a chegada de Sofia. Quando os pódromos se intensificaram e a dilatação começou, Lucélia imaginou que Sofia já estava chegando imediatamente. Acredito que parte dessa angústia para a recepção da pequena, vinha da necessidade que Lucélia sentia de ter Cleber, seu companheiro por perto. Por várias vezes ela me contava do desejo que Sofia viesse logo, para que o pai pudesse acompanhar tudo de perto. Mas como bem sabemos a natureza tem seu curso, o que me cabia era escutá-la, tranquilizar sobre o processo que seu corpo estava passando, me disponibilizar.
Por algumas vezes nas semanas que se seguiram, Lucélia buscou Mírian (EO) e o Hospital Sofia Feldman, com a esperança de acelerar todo o processo. Me senti angustiada em alguns momentos, por saber da pressa de Lucélia para que Sofia chegasse. Para a minha alegria, Lucélia estava muito bem amparada. Tanto no Sofia, quanto com Mirian a sugestão era a mesma, que Lucélia tivesse calma, esperasse um pouco mais para tomar alguma atitude que viesse a acelerar o tempo de Sofia.
No dia 22 de outubro por volta das 14 horas recebi um telefonema de Lucélia me avisando que havia ido fazer um escalda-pés na maternidade e que como estava com quase 4 cm de dilatação, o médico a sugeriu que já ficasse internada. Como Lucélia estava tranquila, não estava se sentindo incomodada com nada e também não estava com contrações, combinei com ela que voltaria a ligar as 19 horas para saber como ela estava e se necessário iria a seu encontro. Agi assim instintivamente, acreditava que aquele ainda não seria o momento que Sofia nos agraciaria com sua presença. Mais tarde como o combinado, liguei para Lucélia e Cleber seu esposo me disse que haviam feito o BCF e estavam a espera do médico para que avaliasse e se tudo estivesse normal fossem liberados para voltar para casa. E assim tudo ocorreu...
No sábado de manhã, Lucélia me ligou avisando que iria novamente ao hospital para ver se estava tudo bem com Sofia e induzir o parto. Bia, a enfermeira de plantão na casa de parto da maternidade, tranquilizou Lucélia e a orientou a dar um pouco mais de tempo para Sofia. Lucélia e Cleber foram para Nova Lima descansar um pouco e se desconectarem da pressão para que o parto começasse.
As 16 horas voltei a ligar para Lucélia, ela me disse que estava se sentindo muito bem, havia comido jabuticaba e as contrações começaram a se intensificar, fomos interrompidas por uma forte contração... as 19h40min por ligação, Helena minha doula-backup, avisou que Lucélia estava na casa de parto do Sofia. Me organizei e fui ao encontro do casal.
Cheguei na CPN do Sofia as 20h55min, Lucélia estava na cama do quarto principal. Me saudou com um sorriso e disse da alegria em me ver ali. Ela e Cleber estavam muito próximos de conhecerem sua princesinha. Me posicionei ao seu lado e ali permaneci, quando as contrações vinham fazia massagem, segurava sua mão. Lucélia pediu anestesia, explicamos (Bia e eu)que naquele momento a anestesia iria retardar o parto e que provavelmente antes de começar a fazer efeito, Sofia já tivesse nascido. Lucélia então abandonou a idéia, na contração seguinte Sofia apontou, sugerimos a ela que colocasse a mão para sentir a cabeçinha de sua filha. Acredito que aquele momento motivou Lucélia, mais duas ou três contrações vieram e em seguida Sofia nasceu,as 21h33min. Cleber esteve todo o tempo do expulsivo presente no quarto, mas preferiu não participar ativamente, para ele era um momento muito intenso e só a sua presença já era um grande feito.
Quando coloquei Sofia no peito de Lucélia, ela e Cleber choraram de emoção. Pela primeira vez os três se encontraram, foi uma cena linda ver aquela família. Lucélia teve seu tão sonhado parto natural, sem enema, sem episiotomia, sem anestesia e Cleber cortou o cordão umbilical. Sofia nasceu saudável e forte. A mamãe logo após o parto, já estava tomando banho. Lucélia amamentou Sofia na primeira hora e permaneceu com sua filha durante todo o tempo.
Agradeço imensamente a esta linda e abençoada família por me permitir participar de um momento tão especial em suas vidas, e a Deus por dar força e coragem a essas mulheres maravilhosas que parem suas crias da maneira mais bela e natural.
"Parto, Partir, Deixar ir, Libertar, Soltar, Entregar, Trazer à luz, Não é dar a vida. É doar à vida. É desapego. É por isto que dói tanto!" MARIA GORETI ROCHA - Vila Velha/ES
Lucélia, mãe de Sofia, me permitiu acompanhar sua gestação logo do princípio.
A gravidez decorreu tranquila, sem grandes problemas. Lucélia sempre muito tranquila demonstrava sua alegria em guardar e aguardar a pequenina.
Nas três últimas semanas de gestação me mantive mais próxima delas, já que o papai estava trabalhando em outra cidade e não pôde acompanhar fisicamente toda a gestação.
Visitei Lucélia em 11 de outubro, fui tão bem recebida! Conheci o quartinho e todos os mimos que esperavam por Sofia. Tivemos um fim de tarde e parte da noite muito agradáveis, Lucélia e eu conversamos sobre suas expectativas em relação à chegada da princesinha e suas preferências em relação ao parto e cuidados primários na Casa de Parto. Ela me contou que queria um parto tranquilo, que sua filha nascesse da maneira mais amena possível, não tinha expectativas em relação à posição para parir, só queria se sentir livre para deixar a natureza agir.
Fiquei tão feliz em visitá-la, minhas energias sempre se renovam na presença de mulheres que gestam, e se tratando da Lucélia, havia algo maior que nos unia, uma espécie de cumplicidade, já que a conheço há dois anos e acompanhei parte de suas expectativas em relação à maternidade.
Durante a semana que se seguiu, me comuniquei com a Lucélia por telefone, acalmando-a, esclarecendo suas dúvidas e claro "babando" naquele barrigão. Sentia que a cada dia que se passava, Lucélia ficava mais ansiosa para a chegada de Sofia. Quando os pódromos se intensificaram e a dilatação começou, Lucélia imaginou que Sofia já estava chegando imediatamente. Acredito que parte dessa angústia para a recepção da pequena, vinha da necessidade que Lucélia sentia de ter Cleber, seu companheiro por perto. Por várias vezes ela me contava do desejo que Sofia viesse logo, para que o pai pudesse acompanhar tudo de perto. Mas como bem sabemos a natureza tem seu curso, o que me cabia era escutá-la, tranquilizar sobre o processo que seu corpo estava passando, me disponibilizar.
Por algumas vezes nas semanas que se seguiram, Lucélia buscou Mírian (EO) e o Hospital Sofia Feldman, com a esperança de acelerar todo o processo. Me senti angustiada em alguns momentos, por saber da pressa de Lucélia para que Sofia chegasse. Para a minha alegria, Lucélia estava muito bem amparada. Tanto no Sofia, quanto com Mirian a sugestão era a mesma, que Lucélia tivesse calma, esperasse um pouco mais para tomar alguma atitude que viesse a acelerar o tempo de Sofia.
No dia 22 de outubro por volta das 14 horas recebi um telefonema de Lucélia me avisando que havia ido fazer um escalda-pés na maternidade e que como estava com quase 4 cm de dilatação, o médico a sugeriu que já ficasse internada. Como Lucélia estava tranquila, não estava se sentindo incomodada com nada e também não estava com contrações, combinei com ela que voltaria a ligar as 19 horas para saber como ela estava e se necessário iria a seu encontro. Agi assim instintivamente, acreditava que aquele ainda não seria o momento que Sofia nos agraciaria com sua presença. Mais tarde como o combinado, liguei para Lucélia e Cleber seu esposo me disse que haviam feito o BCF e estavam a espera do médico para que avaliasse e se tudo estivesse normal fossem liberados para voltar para casa. E assim tudo ocorreu...
No sábado de manhã, Lucélia me ligou avisando que iria novamente ao hospital para ver se estava tudo bem com Sofia e induzir o parto. Bia, a enfermeira de plantão na casa de parto da maternidade, tranquilizou Lucélia e a orientou a dar um pouco mais de tempo para Sofia. Lucélia e Cleber foram para Nova Lima descansar um pouco e se desconectarem da pressão para que o parto começasse.
As 16 horas voltei a ligar para Lucélia, ela me disse que estava se sentindo muito bem, havia comido jabuticaba e as contrações começaram a se intensificar, fomos interrompidas por uma forte contração... as 19h40min por ligação, Helena minha doula-backup, avisou que Lucélia estava na casa de parto do Sofia. Me organizei e fui ao encontro do casal.
Cheguei na CPN do Sofia as 20h55min, Lucélia estava na cama do quarto principal. Me saudou com um sorriso e disse da alegria em me ver ali. Ela e Cleber estavam muito próximos de conhecerem sua princesinha. Me posicionei ao seu lado e ali permaneci, quando as contrações vinham fazia massagem, segurava sua mão. Lucélia pediu anestesia, explicamos (Bia e eu)que naquele momento a anestesia iria retardar o parto e que provavelmente antes de começar a fazer efeito, Sofia já tivesse nascido. Lucélia então abandonou a idéia, na contração seguinte Sofia apontou, sugerimos a ela que colocasse a mão para sentir a cabeçinha de sua filha. Acredito que aquele momento motivou Lucélia, mais duas ou três contrações vieram e em seguida Sofia nasceu,as 21h33min. Cleber esteve todo o tempo do expulsivo presente no quarto, mas preferiu não participar ativamente, para ele era um momento muito intenso e só a sua presença já era um grande feito.
Quando coloquei Sofia no peito de Lucélia, ela e Cleber choraram de emoção. Pela primeira vez os três se encontraram, foi uma cena linda ver aquela família. Lucélia teve seu tão sonhado parto natural, sem enema, sem episiotomia, sem anestesia e Cleber cortou o cordão umbilical. Sofia nasceu saudável e forte. A mamãe logo após o parto, já estava tomando banho. Lucélia amamentou Sofia na primeira hora e permaneceu com sua filha durante todo o tempo.
Agradeço imensamente a esta linda e abençoada família por me permitir participar de um momento tão especial em suas vidas, e a Deus por dar força e coragem a essas mulheres maravilhosas que parem suas crias da maneira mais bela e natural.
"Parto, Partir, Deixar ir, Libertar, Soltar, Entregar, Trazer à luz, Não é dar a vida. É doar à vida. É desapego. É por isto que dói tanto!" MARIA GORETI ROCHA - Vila Velha/ES
sábado, 9 de outubro de 2010
Sundari - Natural com bolsa intacta!
POR: ARIANY (Dhanna), mãe e doulada.
Durante o mês de maio senti várias contrações, sendo comum ter uma contração a cada meia hora, num período de uma hora e meia. E esse processo foi novo para mim, apesar dessa ter sido minha terceira gestação! Essas contrações são como preliminares, uma preparação natural do corpo. Algumas mulheres tem e outras não, porém as minhas eram doloridas, o que gerou um incômodo no fim da gestação, pois acordava até na madrugada, sentindo as contrações. Apesar dessa “novidade”, tudo estava bem comigo e minha nenem.
De acordo com o meu ultra-som, eu completaria 40 semanas no dia 25 de maio, mas de acordo com a data da minha menstruação completaria 40 semanas no dia 04 de junho.
Apesar de confiar mais na minha data do que na do exame, a medida em que o tempo ia passando eu ficava mais e mais nervosa. E as contrações doloridas eram minha maior preocupação, então comecei a ficar em alerta desde a última semana do mês de maio.
Todos os dias fazia caminhadas.
Na última semana de maio comecei a fazer caminhadas mais longas, para estimular as contrações.
No dia 03 de junho eu já estava num estresse fora do normal, sentia medo, angústia, ansiedade e mais um monte de sentimentos e pensamentos que iam se misturando e me sentia muito confusa. Meu instinto dizia que estava tudo bem, que ainda não havia chegado o momento, mas a mente não me deixava em paz, já que de acordo com o ultra-som eu estava com 42 semanas.
Cheguei a chorar compulsivamente! Depois da catarse, respirei fundo e pensei no que eu queria para mim e minha família: um processo forçado ou natural?
Tinha a certeza que ao chegar no hospital com o exame apontando a provável data do nascimento da minha filha, eles iriam forçar. Isso era algo que estava fora de cogitação, a não ser que fosse extremamente necessário.
Fui ao meu local de oração, acendi uma vela, um incenso e desabafei com minha Deusa Mãe. Precisava de força, de me sentir segura. E foi assim que consegui me acalmar.
No dia 05 de junho fomos eu, meu marido e meus dois filhos, para o mercado central de belo horizonte, idéia sugerida pelo meu filho mais velho, Dhayaram, para que eu pudesse caminhar e me distrair, já que a ansiedade era grande.
Fomos para lá ao meio-dia e ficamos até as 16 horas! Depois fomos comer pastel (desejos de mulher grávida *rsrs) e decidi ir ao Sofia Fieldman. Nesse momento as contrações vinham a cada 15 minutos! Chegando lá estava com 7 cm de dilatação, mas as contrações estavam fracas. A enfermeira Cintia, quem fez o acolhimento, foi um amor de pessoa e disse que devido à minha tranquilidade iria me mandar para a Casa de Parto. Mau sabia ela que era essa a minha intenção. Estava muito feliz, pois pensava que em breve veria minha pequena!
Pedi ao meu marido que ligasse para as doulas que iriam acompanhar o parto.
Vanessa e Helena chegaram rápido. Eu já havia tomado banho e estava no quarto com banheira! (o único da casa de parto)
Os meus filhos estavam agitados. Dhayaram não queria sair de perto de mim, pois queria ver sua irmã nascendo.
Fiz agachamentos, caminhadas com o acompanhamento, hora da Vanessa, hora da Helena, enquanto que o Raja ficava cuidando dos meninos dentro do quarto.
Eram raras as contrações.
Quando viam, elas faziam uma massagem relaxante. A Helena sugeriu o agachamento, que fiz algumas vezes.
O tempo foi passando, os meninos dormiram e a madrugada chegou. Com ela veio também o cansaço. Eu já não queria mais caminhar para lá e para cá, no corredor da casa de parto.
Quando me sentava no banco e me inclinava para frente, começava a sentir a contração, que passava logo. Ficamos conversando e a companhia das doulas foi agradável, porque assim eu me distraía.
Lembrava do parto do Suraj e de como eram fortes as contrações. Eu gritava com Raja para fazer massagem no momento em que vinham, devido à sua intensidade!
E o que eu mais queria, naquele momento era sentir dor!
Estava muito cansada, mas não conseguia descansar.
Helena sugeriu que eu fosse dormir um pouco e aceitei a sugestão.
Tirei só mesmo um cochilo e acho que meia hora depois despertei. Quando saí do quarto vi a Vanessa e a Helena sentadas no banco e voltamos a conversar. A tecnica em enfermagem que estava de plantão estava lá também. Aproveitei para perguntar a ela o que aconteceria caso as contrações não viessem, se eles iriam usar ocitocina. Ela disse que mesmo estando na casa de parto, devido à demora do meu trabalho de parto, poderia acontecer isso, já que eu estava com 10 cm de dilatação.
Aquilo me deixou em alerta e veio a insegurança e o medo.
Comecei a me sentir culpada por não ter contração (sei que não tem nada haver, que eu não tinha culpa alguma, mas naquele momento esse pensamento martelava em minha cabeça).
No parto do Suraj deixei que a bolsa fosse rompida, pois já estava com a dilatação completa. De acordo com o Edvan, enfermeiro que assistiu ao parto do Suraj, eu ficaria ali, sentindo dor desnecessariamente, até que a bolsa rompesse naturalmente.
Conversando com a Vanessa descobri algo novo: é possível um parto com a bolsa intacta, mas que isso era algo raro e que até acredita-se que as crianças que nascem dessa forma são protegidas. Chegamos à conclusão de que hoje em dia não se espera para ver se a criança vai nascer com a bolsa intacta: eles (os médicos) não esperam.
Assisti um parto desse no youtube e fiquei encantada. Talvez se tivesse esperado, Suraj teria nascido dessa forma. Então, como não foi possível antes, queria que dessa vez fosse mais natural ainda, nada de romper a bolsa, nem quando chegar à dilatação completa.
Tudo isso estava no meu plano de parto, mas o fato de não ter contrações (nada mesmo) aliado ao pavor de ter que me submeter ao soro e, se não resolvesse, a uma cesárea, me deixou angustiada.
Sentada ao lado da Vanessa eu disse que estava pensando em aceitar a sugestão da Joana, enfermeira de plantão, de romper a bolsa, para estimular as contrações.
No mesmo instante Vanessa me perguntou se era isso mesmo o que eu queria.
Aquilo me fez lembrar do que eu queria.
Joana fez o monitoramento dos batimentos cardíacos do bebê e tudo estava bem.
O sol estava nascendo e passamos a noite em claro: eu, as doulas e meu marido.
Eu precisava descansar, dormir na minha cama, estar num lugar em que me sentia mais segura e sem me sentir pressionada, com receio de que a qualquer momento alguém viesse até mim e dissesse que eu teria que me submeter a algum processo que não estava nos meus planos.
Toda essa pressão não estavam me fazendo bem.
Conversando com meu marido decidimos, juntos, que iriamos para casa, mesmo sabendo do risco iminente, já que ela poderia nascer a qualquer momento.
Pensei: na “pior” das hipóteses, ela nasce em casa.
O meu receio era o de o hospital não me liberar, já que no parto do meu primeiro filho o médico não autorizou minha saída do hospital, quando eu estava com 6cm de dilatação.
Para minha surpresa, Joana disse que eu poderia ir para casa, mas que não me daria alta, como se eu nem tivesse saído de lá. Só pediu para que esperasse a Cibili, enfermeira que iria dar plantão no domingo.
Cibili quis ver como estava a bolsa, averiguar se havia presença de mecômio.
Para minha despreocupação, os batimentos cardíacos da nenem estavam ótimos e o líquido aminiótico estava “clarinho”.
Foi possível ver porque a bolsa já estava baixa demais.
Tivemos uma conversa de 15 minutos apenas, o suficiente para saber que existem pessoas que acreditam na força da ntureza, da vida!
Ela me disse que seus partos haviam sido em casa e que eu, com a tranquilidade na qual estava, se acontecesse seria muito tranquilo.
Foi o suficiente para me sentir mais segura e saber que aquela era a decisão mais certa a ser tomada, naquele momento.
Não queria decepcionar ninguém, por isso conversei com a Vanessa e a Helena, e elas foram muito acolhedoras, apoiando minha decisão, o que foi de extrema importancia.
A primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi dormir.
Umas três horas seguidas.
Tomei café da manhã e fui dormir mais.
Passei o domingo dormindo...
Não sentia contrações!
Por volta das 18:00hrs fui até meu altar, fiz minhas oferendas e chorei muito!
Por mais que eu confiasse, a mente voltava a me atormentar e eu precisava ser forte e apenas confiar.
Meu altar, com minhas Deusas grávidas, era um ponto no qual eu me apoiava e foi meu porto seguro emocional.
Fomos todos para o Templo Hare Krisna.
Tendo dois meninos “espertinhos”, subi e desci as escadas diversas vezes e, por mais que meu marido se oferecesse para cuidar dos meninos, eu fiz questão pois me distraía.
Dancei um pouco, depois comemos prashada e conversei com as pessoas sobre tudo, exceto gravidez e parto (rs), o que me deixou bem relaxada.
Voltamos cedo para casa, por volta das 21:00hrs, por causa do frio.
Deitei com o relógio do lado.
Acordei às 2:25hrs com uma contração.
Acordei meu marido e continuei deitada.
Veio outra, às 2:35hrs. Levantei e fui ao banheiro.
2:40hrs, mais uma contração e eu comecei a rir!!!
Já fui trocando a roupa e meu marido foi para o carro.
Já não olhava no relógio, as contrações eram seguidas!
Eu cantava e gritava bem alto, dentro do carro, a cada contração e depois começava a rir, não conseguia parar com essa tempestade emocional.
Estava realmente muito feliz.
Ao chegar na casa de parto, às 3:00hrs, me agachava a cada contração e percebi um pouco de sangue.
Quando a contração parava eu dava uma “corridinha”, para chegar logo no quarto.
Joana já me esperava e foi enchendo a banheira.
Me agachei no chão frio do quarto e ela me disse para subir na cama.
Eu disse que ficaria ali, no chão, até que a banheira estivesse pronta.
Ela perguntou: _Vai querer que sua filha nasça aí, no chão?
Claro que não! pensei comigo mesmo, mas só levantaria para ir para a banheira.
Eu fiquei calada e continuei ali.
Assim que a contração parou, levantei sozinha e “pulei” na banheira, que ainda estava enchendo.
Deitei de lado na banheira, essa era a posição mais confortável naquele momento.
O trabalho de parto agora era pra valer. Podia literalmente tocar na bolsa!
Então ela descia e eu só pensava em não fazer força, para que tudo fosse o mais suave possível.
Joana trouxe o som, com uma música bem suave... a luz também era, num tom azulado, tranquilizador.
Isso durou 25 minutos e a Joana comentou que esse era um momento expulsivo lento, ela parecia nem acreditar no que estava presenciando.
De repente saiu a cabeça e eu vi minha filha dormindo, através da bolsa!
Abriu os olhos e fechou novamente, super tranquila!
Ela foi saindo bem devagar, com a bolsa intacta!
Ela fez um movimento de impulso com as pernas, quando saiu completamente, rompendo a bolsa. Depois, ainda dentro d’água, voltou a dormir.
Ela ficou dentro da banheira por 8 minutos, acordando e dormindo...
Quando saiu da água, permaneceu em meus braços e ficamos ali, papai, mamãe e filhinha, sem que ela chorasse, expelindo o líquido naturalmente, sem nenhuma intervenção.
Foi quando me dei conta de que a banheira estava vermelha de sangue e comecei a me sentir muito mau, fraca...Eu não me lembro, mas a última coisa que disse à câmera foi:
_Estou sentindo muito dor.
De relance, vi meu marido, de roupa, dentro da banheira, cortando o cordão umbilical depressa e retirando a Sundari dos meus braços.
Depois apaguei.
Me lembro de pedir sal, sentia minha pressão abaixando e apaguei novamente.
Acordei com o soro no braço e meu marido dizendo que nossa filha estava com fome.
Ele a colocou do meu lado e apaguei denovo.
Não me lembro da primeira mamada.
Acordei às 6:00hrs com meu marido, dizendo que iria para casa por causa dos nossos outros dois filhos. Eu concordei e dormi um pouco, com nossa filha do lado, já estando mais consciente.
Acordei às 9:00hrs, ainda me sentindo fraca, e percebi que minha filha estava enrolada somente num pano e com muito frio, eu também estava. Tentei chamar a enfermeira, que só apareceu meia hora depois. Pedi para que colocasse roupa em minha filha.
Comi missô puro, o que me deu mais ânimo. O enfermeiro de plantão insistiu para que eu me levantasse e tomasse banho. No meio do caminho, estando amparada pela enfermeira, caí no chão, desmaiando novamente.
O motivo do sangramento não foi dito e, pela postura de todos, eles não sabiam o que havia acontecido.
Na parte da tarde chegaram meus filhos e marido!
Já me sentia melhor, andando sem apoio.
Sundari foi muito bem recebida pelos irmãos.
Enquanto fiquei no quarto, com meus filhotes, meu marido foi convidado a dar uma palestra no hospital, sobre o parto natural, já que eu não aceitei nenhum tipo de interferência, nem mesmo aquelas que o pessoal da casa de parto acredita fazer parte do “parto natural e humanizado”, coisas como romper a bolsa ou estimular o parto.
Para minha alegria, fui liberada no mesmo dia, às 18:30hrs, voltando para casa com minha família!
Sundari teve apgar 9/10.
Durante o mês de maio senti várias contrações, sendo comum ter uma contração a cada meia hora, num período de uma hora e meia. E esse processo foi novo para mim, apesar dessa ter sido minha terceira gestação! Essas contrações são como preliminares, uma preparação natural do corpo. Algumas mulheres tem e outras não, porém as minhas eram doloridas, o que gerou um incômodo no fim da gestação, pois acordava até na madrugada, sentindo as contrações. Apesar dessa “novidade”, tudo estava bem comigo e minha nenem.
De acordo com o meu ultra-som, eu completaria 40 semanas no dia 25 de maio, mas de acordo com a data da minha menstruação completaria 40 semanas no dia 04 de junho.
Apesar de confiar mais na minha data do que na do exame, a medida em que o tempo ia passando eu ficava mais e mais nervosa. E as contrações doloridas eram minha maior preocupação, então comecei a ficar em alerta desde a última semana do mês de maio.
Todos os dias fazia caminhadas.
Na última semana de maio comecei a fazer caminhadas mais longas, para estimular as contrações.
No dia 03 de junho eu já estava num estresse fora do normal, sentia medo, angústia, ansiedade e mais um monte de sentimentos e pensamentos que iam se misturando e me sentia muito confusa. Meu instinto dizia que estava tudo bem, que ainda não havia chegado o momento, mas a mente não me deixava em paz, já que de acordo com o ultra-som eu estava com 42 semanas.
Cheguei a chorar compulsivamente! Depois da catarse, respirei fundo e pensei no que eu queria para mim e minha família: um processo forçado ou natural?
Tinha a certeza que ao chegar no hospital com o exame apontando a provável data do nascimento da minha filha, eles iriam forçar. Isso era algo que estava fora de cogitação, a não ser que fosse extremamente necessário.
Fui ao meu local de oração, acendi uma vela, um incenso e desabafei com minha Deusa Mãe. Precisava de força, de me sentir segura. E foi assim que consegui me acalmar.
No dia 05 de junho fomos eu, meu marido e meus dois filhos, para o mercado central de belo horizonte, idéia sugerida pelo meu filho mais velho, Dhayaram, para que eu pudesse caminhar e me distrair, já que a ansiedade era grande.
Fomos para lá ao meio-dia e ficamos até as 16 horas! Depois fomos comer pastel (desejos de mulher grávida *rsrs) e decidi ir ao Sofia Fieldman. Nesse momento as contrações vinham a cada 15 minutos! Chegando lá estava com 7 cm de dilatação, mas as contrações estavam fracas. A enfermeira Cintia, quem fez o acolhimento, foi um amor de pessoa e disse que devido à minha tranquilidade iria me mandar para a Casa de Parto. Mau sabia ela que era essa a minha intenção. Estava muito feliz, pois pensava que em breve veria minha pequena!
Pedi ao meu marido que ligasse para as doulas que iriam acompanhar o parto.
Vanessa e Helena chegaram rápido. Eu já havia tomado banho e estava no quarto com banheira! (o único da casa de parto)
Os meus filhos estavam agitados. Dhayaram não queria sair de perto de mim, pois queria ver sua irmã nascendo.
Fiz agachamentos, caminhadas com o acompanhamento, hora da Vanessa, hora da Helena, enquanto que o Raja ficava cuidando dos meninos dentro do quarto.
Eram raras as contrações.
Quando viam, elas faziam uma massagem relaxante. A Helena sugeriu o agachamento, que fiz algumas vezes.
O tempo foi passando, os meninos dormiram e a madrugada chegou. Com ela veio também o cansaço. Eu já não queria mais caminhar para lá e para cá, no corredor da casa de parto.
Quando me sentava no banco e me inclinava para frente, começava a sentir a contração, que passava logo. Ficamos conversando e a companhia das doulas foi agradável, porque assim eu me distraía.
Lembrava do parto do Suraj e de como eram fortes as contrações. Eu gritava com Raja para fazer massagem no momento em que vinham, devido à sua intensidade!
E o que eu mais queria, naquele momento era sentir dor!
Estava muito cansada, mas não conseguia descansar.
Helena sugeriu que eu fosse dormir um pouco e aceitei a sugestão.
Tirei só mesmo um cochilo e acho que meia hora depois despertei. Quando saí do quarto vi a Vanessa e a Helena sentadas no banco e voltamos a conversar. A tecnica em enfermagem que estava de plantão estava lá também. Aproveitei para perguntar a ela o que aconteceria caso as contrações não viessem, se eles iriam usar ocitocina. Ela disse que mesmo estando na casa de parto, devido à demora do meu trabalho de parto, poderia acontecer isso, já que eu estava com 10 cm de dilatação.
Aquilo me deixou em alerta e veio a insegurança e o medo.
Comecei a me sentir culpada por não ter contração (sei que não tem nada haver, que eu não tinha culpa alguma, mas naquele momento esse pensamento martelava em minha cabeça).
No parto do Suraj deixei que a bolsa fosse rompida, pois já estava com a dilatação completa. De acordo com o Edvan, enfermeiro que assistiu ao parto do Suraj, eu ficaria ali, sentindo dor desnecessariamente, até que a bolsa rompesse naturalmente.
Conversando com a Vanessa descobri algo novo: é possível um parto com a bolsa intacta, mas que isso era algo raro e que até acredita-se que as crianças que nascem dessa forma são protegidas. Chegamos à conclusão de que hoje em dia não se espera para ver se a criança vai nascer com a bolsa intacta: eles (os médicos) não esperam.
Assisti um parto desse no youtube e fiquei encantada. Talvez se tivesse esperado, Suraj teria nascido dessa forma. Então, como não foi possível antes, queria que dessa vez fosse mais natural ainda, nada de romper a bolsa, nem quando chegar à dilatação completa.
Tudo isso estava no meu plano de parto, mas o fato de não ter contrações (nada mesmo) aliado ao pavor de ter que me submeter ao soro e, se não resolvesse, a uma cesárea, me deixou angustiada.
Sentada ao lado da Vanessa eu disse que estava pensando em aceitar a sugestão da Joana, enfermeira de plantão, de romper a bolsa, para estimular as contrações.
No mesmo instante Vanessa me perguntou se era isso mesmo o que eu queria.
Aquilo me fez lembrar do que eu queria.
Joana fez o monitoramento dos batimentos cardíacos do bebê e tudo estava bem.
O sol estava nascendo e passamos a noite em claro: eu, as doulas e meu marido.
Eu precisava descansar, dormir na minha cama, estar num lugar em que me sentia mais segura e sem me sentir pressionada, com receio de que a qualquer momento alguém viesse até mim e dissesse que eu teria que me submeter a algum processo que não estava nos meus planos.
Toda essa pressão não estavam me fazendo bem.
Conversando com meu marido decidimos, juntos, que iriamos para casa, mesmo sabendo do risco iminente, já que ela poderia nascer a qualquer momento.
Pensei: na “pior” das hipóteses, ela nasce em casa.
O meu receio era o de o hospital não me liberar, já que no parto do meu primeiro filho o médico não autorizou minha saída do hospital, quando eu estava com 6cm de dilatação.
Para minha surpresa, Joana disse que eu poderia ir para casa, mas que não me daria alta, como se eu nem tivesse saído de lá. Só pediu para que esperasse a Cibili, enfermeira que iria dar plantão no domingo.
Cibili quis ver como estava a bolsa, averiguar se havia presença de mecômio.
Para minha despreocupação, os batimentos cardíacos da nenem estavam ótimos e o líquido aminiótico estava “clarinho”.
Foi possível ver porque a bolsa já estava baixa demais.
Tivemos uma conversa de 15 minutos apenas, o suficiente para saber que existem pessoas que acreditam na força da ntureza, da vida!
Ela me disse que seus partos haviam sido em casa e que eu, com a tranquilidade na qual estava, se acontecesse seria muito tranquilo.
Foi o suficiente para me sentir mais segura e saber que aquela era a decisão mais certa a ser tomada, naquele momento.
Não queria decepcionar ninguém, por isso conversei com a Vanessa e a Helena, e elas foram muito acolhedoras, apoiando minha decisão, o que foi de extrema importancia.
A primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi dormir.
Umas três horas seguidas.
Tomei café da manhã e fui dormir mais.
Passei o domingo dormindo...
Não sentia contrações!
Por volta das 18:00hrs fui até meu altar, fiz minhas oferendas e chorei muito!
Por mais que eu confiasse, a mente voltava a me atormentar e eu precisava ser forte e apenas confiar.
Meu altar, com minhas Deusas grávidas, era um ponto no qual eu me apoiava e foi meu porto seguro emocional.
Fomos todos para o Templo Hare Krisna.
Tendo dois meninos “espertinhos”, subi e desci as escadas diversas vezes e, por mais que meu marido se oferecesse para cuidar dos meninos, eu fiz questão pois me distraía.
Dancei um pouco, depois comemos prashada e conversei com as pessoas sobre tudo, exceto gravidez e parto (rs), o que me deixou bem relaxada.
Voltamos cedo para casa, por volta das 21:00hrs, por causa do frio.
Deitei com o relógio do lado.
Acordei às 2:25hrs com uma contração.
Acordei meu marido e continuei deitada.
Veio outra, às 2:35hrs. Levantei e fui ao banheiro.
2:40hrs, mais uma contração e eu comecei a rir!!!
Já fui trocando a roupa e meu marido foi para o carro.
Já não olhava no relógio, as contrações eram seguidas!
Eu cantava e gritava bem alto, dentro do carro, a cada contração e depois começava a rir, não conseguia parar com essa tempestade emocional.
Estava realmente muito feliz.
Ao chegar na casa de parto, às 3:00hrs, me agachava a cada contração e percebi um pouco de sangue.
Quando a contração parava eu dava uma “corridinha”, para chegar logo no quarto.
Joana já me esperava e foi enchendo a banheira.
Me agachei no chão frio do quarto e ela me disse para subir na cama.
Eu disse que ficaria ali, no chão, até que a banheira estivesse pronta.
Ela perguntou: _Vai querer que sua filha nasça aí, no chão?
Claro que não! pensei comigo mesmo, mas só levantaria para ir para a banheira.
Eu fiquei calada e continuei ali.
Assim que a contração parou, levantei sozinha e “pulei” na banheira, que ainda estava enchendo.
Deitei de lado na banheira, essa era a posição mais confortável naquele momento.
O trabalho de parto agora era pra valer. Podia literalmente tocar na bolsa!
Então ela descia e eu só pensava em não fazer força, para que tudo fosse o mais suave possível.
Joana trouxe o som, com uma música bem suave... a luz também era, num tom azulado, tranquilizador.
Isso durou 25 minutos e a Joana comentou que esse era um momento expulsivo lento, ela parecia nem acreditar no que estava presenciando.
De repente saiu a cabeça e eu vi minha filha dormindo, através da bolsa!
Abriu os olhos e fechou novamente, super tranquila!
Ela foi saindo bem devagar, com a bolsa intacta!
Ela fez um movimento de impulso com as pernas, quando saiu completamente, rompendo a bolsa. Depois, ainda dentro d’água, voltou a dormir.
Ela ficou dentro da banheira por 8 minutos, acordando e dormindo...
Quando saiu da água, permaneceu em meus braços e ficamos ali, papai, mamãe e filhinha, sem que ela chorasse, expelindo o líquido naturalmente, sem nenhuma intervenção.
Foi quando me dei conta de que a banheira estava vermelha de sangue e comecei a me sentir muito mau, fraca...Eu não me lembro, mas a última coisa que disse à câmera foi:
_Estou sentindo muito dor.
De relance, vi meu marido, de roupa, dentro da banheira, cortando o cordão umbilical depressa e retirando a Sundari dos meus braços.
Depois apaguei.
Me lembro de pedir sal, sentia minha pressão abaixando e apaguei novamente.
Acordei com o soro no braço e meu marido dizendo que nossa filha estava com fome.
Ele a colocou do meu lado e apaguei denovo.
Não me lembro da primeira mamada.
Acordei às 6:00hrs com meu marido, dizendo que iria para casa por causa dos nossos outros dois filhos. Eu concordei e dormi um pouco, com nossa filha do lado, já estando mais consciente.
Acordei às 9:00hrs, ainda me sentindo fraca, e percebi que minha filha estava enrolada somente num pano e com muito frio, eu também estava. Tentei chamar a enfermeira, que só apareceu meia hora depois. Pedi para que colocasse roupa em minha filha.
Comi missô puro, o que me deu mais ânimo. O enfermeiro de plantão insistiu para que eu me levantasse e tomasse banho. No meio do caminho, estando amparada pela enfermeira, caí no chão, desmaiando novamente.
O motivo do sangramento não foi dito e, pela postura de todos, eles não sabiam o que havia acontecido.
Na parte da tarde chegaram meus filhos e marido!
Já me sentia melhor, andando sem apoio.
Sundari foi muito bem recebida pelos irmãos.
Enquanto fiquei no quarto, com meus filhotes, meu marido foi convidado a dar uma palestra no hospital, sobre o parto natural, já que eu não aceitei nenhum tipo de interferência, nem mesmo aquelas que o pessoal da casa de parto acredita fazer parte do “parto natural e humanizado”, coisas como romper a bolsa ou estimular o parto.
Para minha alegria, fui liberada no mesmo dia, às 18:30hrs, voltando para casa com minha família!
Sundari teve apgar 9/10.
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